domingo, 19 de abril de 2009

A CRUZ - CAPITULO QUATRO - A PALAVRA DA CRUZ


A PALAVRA DA CRUZComo havíamos combinado no capitulo três continuaremos falando da maneira correta de morrermos com o Senhor para o ego.
Vejamos então: Não há outra maneira senão pela cruz. Devemos ler duas passagens da Bíblia para entender a relação entre a cruz e o ego.
“Estou crucificado com Cristo” (Gl 2.19b).
“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23).
O que Gálatas 2.19 fala é algo que foi cumprido uma vez por todas. Após percebermos que nosso ego precisa ser levado à morte, deveríamos então, pela fé, reconhecer de um modo
 definitivo que “estou crucificado com Cristo”. A palavra no texto original é ego, o “eu”, a pessoa. Alem da cruz, certamente não há outro caminho para levar o ego à morte. Devemos atentar também para as palavras “com Cristo”. A crucificação do ego não é um ato independente dos crentes. Os crentes não devem crucificar o ego na cruz, por si mesmos, com sua própria força. A crucificação do ego deve ser junto com Cristo e em conjunto com Cristo. Isso não quer dizer que ajudamos Cristo a colocar o ego na cruz. Pelo contrario, significa que Cristo já cumpriu esse fato, e agora eu apenas reconheço, e creio na sua realidade. Aqui o ponto principal é Cristo. Essa é a razão de se dizer: “Estou crucificado com Cristo”, e não “Cristo está crucificado comigo”. Não que queiramos levar o ego à morte e que Cristo vem meramente acompanhar-nos. Pelo contrario, foi Cristo que em Sua morte carregou toda nossa “pessoa”, nosso ego, para a cruz e pregou-o ali. Portanto, não estou crucificando o ego novamente, mas estou simplesmente reconhecendo o fato. A palavra “estou” nos mostra que é um fato e não um desejo. Uma vida que morre para o ego é possível, real e atingível. Os apóstolos nos tempos antigos alcançaram esse tipo de vida; o ego deles passou no teste. Portanto, é-nos possível obtê-la também. Entretanto, devemos nos lembrar que é “crucificado com” e não “crucificado sozinho”. Separados do Senhor nada podemos fazer. Crucificar o ego coma força do ego é uma tarefa impossível e jamais pode ser feita. Se não estivermos unidos com o Senhor em Sua morte, nosso ego nunca morrerá. Cristo sozinho levou toda a velha criação, junto com cada parte dela, à cruz em Sua morte. Se tentarmos encontrar outra maneira fora da maneira do Senhor, e tentarmos também realizar qualquer coisa fora do que o Senhor cumpriu, não somente seremos tolos, mas também estaremos desperdiçando nosso tempo. Portanto, não devemos fazer nada a não ser nos achegar ao Senhor em plena certeza de fé e reconhecer a realização do Senhor como sendo nosso; em seguida deveríamos orar para que o Espírito Santo aplique em nós a obra da cruz do Senhor e que expresse esta mesma obra a partir de nós.
Devemos nos achegar diante de Deus para repreender nosso ego e oferecer tudo a Deus. Pelo Espírito do Senhor, deveríamos levar à morte tudo o que está incluído em nossa vida do ego. Devemos dizer a Deus: “De agora em diante não mais eu, não mais minha própria aparência, opiniões. Gostos ou preconceitos. Porei tudo isso na cruz. Começando de hoje, viverei somente de acordo com a Tua vontade. Oh! Senhor! És tu... não eu. Deveríamos submeter-nos ao Senhor dessa maneira enquanto levamos à morte tudo o que temos. Porem isso não significa que de agora em diante nosso ego foi exterminado; ele sempre existira. Por que, então, dizemos para pregar o ego na cruz? Aqui precisamos saber algo importante: a questão diante de nós é a que tem relação com a vida espiritual. Para esse tipo de pergunta, devemos enfatizar mais a experiência espiritual do que mera precisão literária. Existem muitas coisas que parecem contradizer-se a outras na semântica e que parecem totalmente incompatíveis. Contudo, elas se ajustam muito harmoniosamente e não tem embaraço de nenhuma espécie na esfera da vida espiritual. Isso é o que ocorre aqui. Segundo o significado literário, se o ego já está morto, como não pode ser exterminado? Devemos saber que a palavra “morto” aqui se refere a um tipo de processo na experiência espiritual. O fato de o ego estar morto não significa que ele de agora em diante não existe. Significa que o ego daqui para frente se submeterá a Deus e que não permitirá que seus gostos e desgostos tomem conta, mas que permitirá que a cruz crucifique e elimine todos os seus pensamentos e atividades egoístas. Fazer com que a vida do ego pare de dirigir o ego significa que o viver que se origina da vida do ego está morto, e que não há mais vida do ego e viver do ego, e que somente a casaca do ego permanece. O ego inclui a vontade, as emoções, a inteligência, etc. isso não quer dizer que ao crermos que nosso ego foi crucificado com Cristo, nossa vontade, emoções, intelecto, etc., serão anulados! Ninguém pode aniquilar as poucas faculdades que compõem seu ser apenas crendo que foi crucificado com o Senhor! Morrer com o Senhor simplesmente significa não mais permitir que o ego seja o dono, não agir mais segundo a própria vontade, emoções e pensamentos, e não mais permitir que a vida do ego tenha sua própria maneira; significa permitir que o Senhor Espírito governe sobre tudo aquilo que o ego engloba, de modo que a pessoa obedecerá a vida de Deus no seu interior. Uma vez que o ego não está morto, ele não se submeterá ao Espírito Santo. Uma vez que o ego saia da cruz, imediatamente reassumirá sua velha postura. Os crentes não têm nem o poder nem a maneira de subjugar a si mesmo. Gálatas 2.19, 20 esclarece muito esse ponto: “[Eu] [o ego] estou crucificado com Cristo... e esse viver que agora tenho na carne...” A bíblia não fala claramente aqui? Na primeira sentença Paulo deixa muito claro que seu ego foi crucificado, contudo na segunda não diz ele que o ego ainda existe? Portanto, a crucificação do ego implica a eliminação do ego; pelo contrario, significa a interrupção das atividades do ego e a permissão de que o Senhor seja o Mestre. Isso deve estar muito claro.
O que foi dito acima foi alcançado uma vez por todas. É, porem, suficiente apenas crer uma vez que fomos crucificados com Cristo? Isso irá resolver o problema uma vez por todas? Isso nos leva à segunda passagem da Bíblia: “A si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). Este versículo ressalta que as três coisas que deveríamos fazer são, na verdade, apenas uma dividida em três passos. O primeiro passo é negar o ego. Negar significa rejeitar, descartar, ignorar e não reconhecer a interpelação de alguém. O significado de negar o ego é simplesmente não permitir que o ego seja o senhor. Esse passo é um ato definido, é crer especificamente que “estou crucificado com Cristo”. Para preservar o trabalho desse passo, devemos levar a cabo o segundo passo que consiste em “dia a dia” tomar a cruz. Isso significa que, uma vez que entregamos o ego à cruz voluntariamente e o impedimos de ser o senhor, devemos, então continuar negando o ego diariamente. Negar o ego deve ser “diariamente” e ininterruptamente. Essa questão de negar o ego não pode ser realizada uma vez por todas. O Senhor precisa nos conceder uma cruz diária para carregarmos. O ego é muito ativo, e incansável. A todo o momento, o ego está procurando uma oportunidade de restaurar-se e jamais deixar escapar a menos chance que seja. Assim, é de suma importância que tomemos a cruz diariamente. Esse é o ponto onde os crentes precisam ser vigilantes. Deveríamos “dia a dia” e momento após momento tomar a cruz que o Senhor nos tem dado; e ainda continuamente reconhecer que a cruz do Senhor é nossa cruz e não dar qualquer espaço para o ego nem permitir que ele assuma qualquer posição. O terceiro passo é seguir o Senhor; isto é positivamente honrar o Senhor como Senhor e obedecer completamente a Sua vontade. Dessa maneira, o ego não terá chance nem possibilidade de se desenvolver. Esses três passos estão totalmente baseados e centralizados na cruz. O primeiro passo de negar é do lado negativo. O segundo passo de tomar a cruz é negativamente positivo. O terceiro passo de seguir o Senhor é do lado positivo.
O ensinamento nessas duas passagens não deve ser desvinculado um do outro. Se os tomarmos e os praticarmos juntos, teremos a experiência de vencer a todo o tempo. Entretanto, devemos permitir que o Espírito Santo faça Sua própria obra em nós e permitir que a obra consumada da cruz seja trabalhada em nós.
Continuaremos nosso estudo no artigo de numero cinco. Até breve e que Deus esteja falando ao seu coração através da mensagem da cruz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentario, é muito importante saber-mos o que você pensa sobre nossos artigos.