terça-feira, 24 de março de 2009

ESCATOLOGIA - 10ª PARTE - A GRANDE TRIBULAÇÃO







A Grande Tribulação – Lucas 21.28-31; 1 Tessalonicenses 5.1-4,9

“Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o principio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.21)

INTRODUÇÃONa sequencia dos eventos escatológicos, enquanto a Igreja arrebatada e ressuscitada está no céu (nos ares) com Cristo, inicia-se um novo e terrível período na Terra, identificado na linguagem bíblica como a Grande Tribulação. Esse período será precedido por vários sinais reconhecidos pelos que lêem e estudam as profecias.


I. O QUE É A GRANDE TRIBULAÇÃO.
1. O sentido da palavra “tribulação” na Bíblia. Na língua grega do Novo Testamento, tribulação aparece como thilipsis que significa “colocar uma carga sobre o espírito das pessoas”. Na tradução Vulgata Latina, a palavra é tribulum e se refere a uma espécie de grade para debulhar o trigo. Ou seja: instrumento que o lavrador usa para separa o trigo da sua palha. A idéia figurada, aqui, é a de afligir, pressionar.
Analisada à luz do contexto bíblico, a palavra pode referir-se tão somente a um tipo de pressão, aflição ou angustia que se passa na vida cotidiana. Outras vezes, tem o sentido do escatológico.

2. O sentido da expressão Grande Tribulação. A expressão é essencialmente escatológica. No Antigo Testamento é identificada por outros nomes tais como “o dia do Senhor” (Sf 1.14-18; Zc 14.1-4); “a angustia de Jacó” (Jr 30.7); “a grande angustia” (Dn 12.1); “o dia da vingança” (Is 63.1-4); “o dia da ira de nosso Deus”. No Novo Testamento, a expressão ganha maior sentido com o próprio Senhor Jesus ao identificar aquele tempo como período de “grande aflição” (Mt 24.21), depois em Ap 7.14, como a Grande Tribulação.

3. Estará a Igreja na Grande Tribulação? Existem duas linhas de entendimento acerca desse assunto; uma acredita que a Igreja não estará no primeiro período da Grande Tribulação; outra afirma que a Igreja sofrerá no primeiro período da Grande Tribulação. Os partidários do arrebatamento da Igreja depois da Grande tribulação insistem que os rigores da tribulação são exclusivamente para Israel. Porem, entendemos que o arrebatamento dos santos em Cristo se dará, nem na metade nem depois da tribulação, mas exatamente antes, dela, para livrar a Igreja desse inigualável tempo de sofrimento (1 Ts 1.10; 3.10). Podemos perceber que os juízos catastróficos de Deus sobre Israel e o mundo naqueles dias só terão inicio depois que a Igreja for retirada da Terra. Ate o capitulo 5 de Apocalipse se fala da Igreja, mas no capitulo 6, quando se iniciam os juízos, a Igreja não mais aparece, senão no capitulo 19. Os partidários da idéia de que a Igreja estará na primeira metade da Grande Tribulação confundem essa metade, que será de uma falsa paz negociada entre Israel e o Anticristo (Dn 9.27). Não cremos que a Igreja necessite de paz do Anticristo bem como não podemos interpretar o cavaleiro do cavalo branco de Ap 6.2 como sendo Cristo, uma vez que na sequencia do texto os outros cavalos e seus cavaleiros são demonstrações dos juízos divinos (Ap 6.2-8)

II. PROPÓSITOS DA GRANDE TRIBULAÇÃODois principais propósitos se destacam: o primeiro é levar Israel a receber o seu Messias; e o segundo é trazer juízo sobre todo o mundo, especialmente, sobre às nações incrédulas.
1. Levar Israel a receber o Messias. O profeta Jeremias profetizou que esse tempo seria identificado como “o tempo da angustia de Jacó” (Jr 30.7). Revela que será um tempo especialmente para os filhos de Jacó, isto é, Israel. “Todos os eventos desse período são indicados na Bíblia como ‘o povo de Daniel”, “a fuga no sábado”; “o tempo e o lugar santo”, “o santuário”, “o sacrifício”, e outras mais. São expressões típicas da experiência política e religiosa de Israel. Portanto, antes de qualquer outra coisa, esse período é especialmente para o povo judeu. Outrossim, o propósito de Deus para com Israel na tribulação é o de trazer conversão a esse povo, porque parte dele se converterá e entrará com o Messias no reino milenial (Ml 4.5,6). Quando o Messias surgir, não só os judeus povoarão a Terra, mas uma multidão de gentios se converterá pela pregação do remanescente judeu (Mt 25.31-46; Ap 7.9), e entrará no reino milenial de Cristo.

2. Trazer juízo sobre o mundo. Ap 3.10 revela esse propósito quando fala a igreja de Filadélfia: “também eu te guardarei da hora da angustia que há de vir sobre o mundo inteiro”. A mensagem é para a Igreja e dá a garantia de que será guardada daquele tempo. Mais uma vez compreende-se que a Igreja não passara pela Grande Tribulação. Entendemos que esse período alcançará a todas as nações da Terra (Jr 25.32,33; Is 26.21; 2 Ts 2.11,12), e Deus estará julgando-as por sua impiedade. Diz a Bíblia que as nações da terra terão sido enganadas pelo ensino da grande meretriz religiosa, chamada Babilônia (Ap 14.8). Esses juízos virão para purificar a Terra e, quando o Messias assumir o comando mundial de governo, haverá paz e justiça.

III. O TEMPO DA GRANDE TRIBULAÇÃO.Não há texto bíblico mais explicito quanto ao tempo da grande Tribulação do que a profecia de Daniel 9.24-27 acerca das setentas semanas determinadas por Deus para a manifestação dos juízos de Deus sobre Israel e sobre o mundo.
1. O que são as setentas semanas. A identificação começa com Dn 9.24. “Setentas semanas estão determinadas”. A palavra semana interpreta-se como semana de dias. O numero sete indica a quantidade de dias da referida semana. Porém, a palavra dia interpreta-se como ano. Cada dia equivale a um ano e, sete multiplicados por setenta (70 x 7) dá o total de 490 anos.

2. Os três períodos das 70 semanas.

- O primeiro período de sete semanas, equivale a 49 anos, teve o seu inicio no reinado de Artaxerxes através de Neemias, copeiro-mor (Ne 2.1,5,8), quando pediu ao rei para voltar à sua terra e reedificar a cidade e os seus muros. Ocorreu em 445 a.C. quando foi dada a ordem “para restaurar e reedificar Jerusalém” (Dn 9.25).

- O segundo período de 62 semanas, equivalentes a 434 anos, refere-se ao tempo do fim do Antigo Testamento até a chegada do Ungido, o Messias. Nesse período, o Ungido seria rejeitado e ultrajado pelo seu povo, e morto (Dn 9.26). Cumpriu-se esse segundo período ate o ano 32 d.C., quando Cristo, o Ungido, foi rejeitado e morto pelos judeus. Ate então, 69 semanas (ou 483 anos) se cumpriram.
- O terceiro período abrange “uma semana” (7 anos) conforme está no texto de Dn 9.27. Misteriosamente, acontece um intervalo profético na sequencia natural das 70 semanas identificado como o tempo dos gentios (o nosso tempo), no qual se destaca, especialmente, a Igreja constituída de um povo remido por Jesus e que está em evidência até o seu arrebatamento par o céu. Terá inicio, em seguida, a ultima semana, a 70ª.

3. A ultima semana profética. No texto de Dn 9.26 surge “um povo e um príncipe” que virão para assolar e destruir a Israel sob “as asas das abominações”. Esse príncipe não é outro senão “o assolador”, o “Anticristo”, “o homem do pecado” e “o príncipe que há de vir” (Dn 9.26). Ele fará uma aliança com Israel “por uma semana” (Dn 9.27). Vira com astucia e inteligência. Sua capacidade de persuasão será enorme e, na aliança que fará com Israel, não terá a plena aprovação desse povo. Sua tentativa será a de estabelecer a paz sobretudo no Oriente Médio oferecendo um tratado. O mundo todo o honrara e o admirara naqueles dias. Ele se levantará de uma força política mundial, uma confederação européia, que, na linguagem figurada da profecia, aparece como “um chifre pequeno” que surge do meio de “dez chifres” do “animal terrível espantoso”, conforme Dn 7.8. Esse “animal terrível e espantoso” pode ser identificado como o sistema europeu, equivalente ao antigo Império Romano. Num breve espaço “ metade da semana” (três anos e meio), esse líder alcançara o apogeu do seu domínio mundial e então haverá uma falsa paz. Nesse momento se dará o rompimento da aliança com Israel. O príncipe, embriagado pelo poder político, entrará em Israel e então se iniciará “a grande angustia de Israel” ( 2 Ts 2.4; Ap 13.8-150, a Grande Tribulação.

CONCLUSÃOA Grande Tribulação não se destina à Igreja de Cristo e, sim, para o povo de Israel e o mundo gentio. Todos os juízos de Deus profetizados terão o seu cumprimento. Ninguém sabe quando se dará o arrebatamento da Igreja findando o parêntese profético entre a 69ª semana e 70ª. Não sabemos o dia da volta do Senhor, mas sabemos que é a nossa missão principal – pregar o Evangelho e dar testemunho de Cristo diante dos homens.


Os juízos de Deus sobre o mundo no período da Grande tribulação serão inevitáveis porque a Palavra de Deus os revela e a Igreja se fortalece na esperança de que não passará por esse período.

4 comentários:

  1. MUITO OBRIGADO PELO ESCLARECIMENTO DO EVENTO,POIS O ASSUNTO DOS JUVENIS É SOBRE ESCATOLOGIA,E NESSE DOMINGO O ASSUNTO É SOBRE A GRANDE TRIBULAÇÃO.GOSTEI DE COMO O SENHOR EXPLICOU OS TRÊS PERÍODOS.
    CONTINUE COM DEUS,E A PAZ DO SENHOR.

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  2. gostei de mais do esclarecimento pois estou dando aula sobre escatologia bíblica e comecei a pesquizar sobre este assunto e amei o estudo,seria muito bom se vcs podesse me mandar algo mais sobre o fim dos tempos.desde já estou grata e que deus continue abençoando os irmãos,e a Paz do \senhor Jesus esteja sempre convosco. Amém?

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  3. Euachei fabuloso ter caido nessas narrativas de referencia ao assunto,Grande Tribulaçaõ,e´realmente fabulosa as colocaçoes,Desejo que muitos mais chegue nessa maravilhosa narrativa das Escrituras Sagradas...Vou continuar atras desse Site para saber mais com voces...Agradesso,a todos os ministros do SENHOR,por éssas dadivas Benditas e Santas.Que Deus vos de mais e mais.Jose Piedade

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