domingo, 26 de abril de 2009

A CRUZ - O TEMPO DA CRUZ - PARTE 1


A ETERNIDADE DA CRUZ
Toda vez que consideramos a cruz, ela causa admiração em nós! Toda vez que nos lembramos da redenção do Senhor Jesus, nosso coração é preenchido tanto por tristeza como por júbilo. Para nós, a cruz do Senhor não é somente uma cruz de madeira, mas um símbolo da Sua obra redentora completa e da plena salvação realizada por essa obra redentora.
De início, quando recebi o Senhor Jesus, freqüentemente procurava descobrir como os homens no Antigo Testamento, que vieram antes da época da crucificação do Senhor, poderiam ser salvos. Naqueles dias eu era um bebê no Senhor e estava intrigado com essa questão.

Nos últimos anos, não tenho visto muito do vigoroso poder da cruz manifestado nos cristãos. Parece-lhes que a morte do Senhor é algo que ocorreu há muito tempo, há mais de vinte séculos. Sendo assim, ela não parece ter qualquer poder.
Agradeço ao Pai por recentemente ter-me mostrado a eternidade da cruz. Devido aos dois conceitos acima mencionados, acho necessário que os santos de Deus estejam familiarizados com o ensinamento da "eternidade"da cruz. Se percebermos que a cruz ainda é extremamente alentadora, quanto seremos tocados por ela!

A MORTE DO SENHOR RELACIONADA COM A ANTIGA E A NOVA ALIANÇA
Podemos ler primeiramente Hebreus 9:15-17: "Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. Porque, onde há testamento [a mesma palavra para aliança no original], é necessário que intervenha a morte do testador; pois um testamento [aliança] só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador". Esses poucos versículos nos mostram a relação entre a morte de Cristo na cruz e a antiga e a nova aliança. Sob a antiga aliança, os homens pecaram da mesma forma que o fazem agora. Uma vez que existia o pecado, havia a necessidade do Salvador. Se um homem pecou e não recebeu o perdão de Deus, ele terá de suportar seu próprio julgamento do pecado. Deus não pode perdoar o pecado do homem simplesmente pela Sua misericórdia. Fazer isso colocá-Lo-ia em injustiça. Por essa razão, na redenção à maneira de Deus, Ele estabeleceu o caminho da substituição. Sob a antiga aliança, Ele utilizava muitos sacrifícios e ofertas para fazer propiciação pelos pecados do homem. Uma vez que muitos animais morriam a favor do homem, este recebia o justo perdão de Deus. A palavra "propiciação" no hebraico significa "encobrir". Sob a antiga aliança, a propiciação era somente um encobrimento dos pecados do homem com o sangue de animais, pois a Bíblia claramente diz: "Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados" (Hb 10:4). Por essa causa, na plenitude dos tempos Deus enviou Seu Filho ao mundo para morrer pelos homens. Por meio de Sua única oferta de Si mesmo, a salvação eterna da redenção foi cumprida. Os pecados que não eram removidos pelo sangue de touros e bodes, no Antigo Testamento, são agora removidos por meio da Sua morte, pois Ele é o "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1:29). A morte de Cristo conferiu grande mudança à história: dividiu a era do Antigo Testamento da do Novo Testamento. Antes dela tínhamos a era do Antigo Testamento; após ela temos a era do Novo Testamento. A leitura dos versículos mencionados acima abrange esse ponto.
Esses três versículos falam sobre dois tipos de relacionamento que a morte do Senhor tem com a antiga e a nova aliança. Hebreus 9:15 mostra como Ele é o Mediador. Os versículos 16 e 17 mostram como Ele se tornou o que fez o testamento.
Vimos que todos os homens na primeira aliança eram pecadores. Embora oferecessem a Deus animais como propiciação por seus pecados, estes foram apenas cobertos; não foram removidos. Naquela época, Deus perdoou seus pecados porque pelo sangue de muitos sacrifícios Ele viu, à distância, o sangue de Seu Filho e a sua eficácia. Entretanto, a menos que o Senhor Jesus morresse, Deus ainda não poderia terminar com o problema do pecado na primeira aliança. O pecado precisa ser removido. Quando Cristo morreu, o pecado sob a primeira aliança foi removido. Podemos ver de outro ângulo a relação que a morte do Senhor tem com a primeira aliança. Toda aliança tem as suas condições. A antiga aliança também tinha suas exigências. Quando o homem ficava aquém desses requisitos, ele pecava. A punição pelo pecado é a morte. É por isso que o Senhor Jesus teve de morrer a favor dos que estavam na primeira aliança e redimi-los de seus pecados. Ele cumpriu todos os requisitos da primeira aliança, terminou-a e iniciou a nova aliança.
Por Sua morte, Ele redimiu o homem dos pecados cometidos na primeira aliança e tornou-se o Mediador da nova aliança. Ele ser o Mediador da nova aliança está baseado na Sua redenção dos pecados dos que estavam na primeira aliança. Originalmente, o homem deveria receber a promessa da herança eterna. Entretanto, devido ao seu pecado, ele foi impedido de herdá-la. Agora o Senhor Jesus morreu. O homem está redimido do pecado e os chamados estão qualificados a receber a herança eterna. Portanto, o Senhor Jesus tornou-se o Mediador por meio da morte na cruz. Por um lado, Ele deu fim aos pecados da antiga aliança; por outro, introduziu a bênção da nova aliança. Tudo isso está relacionado com o fato de Ele ser o Mediador.
A seguir devemos considerá-Lo como o que fez o testamento. A palavra "testamento" é "aliança" na língua original. Na explanação acima, vimos a lei da aliança. Todos os que transgrediam a lei morriam. Cristo morreu para redimir-nos do pecado. Posto isso, consideremos o testamento da aliança. Um testamento significa um arranjo feito por um testador para a passagem de suas posses, quando da sua morte, para seu herdeiro. O Senhor Jesus é o Testador, o que fez o testamento. Todas as bênçãos desta era e da próxima pertencem a Ele. Assim como Ele desejava carregar os pecados dos que estavam na primeira aliança, da mesma forma Ele deseja conceder tudo o que é prometido nessa aliança (testamento). Para que pudesse redimir o homem de seus pecados, Ele teve de morrer. Para que o homem pudesse herdar o testamento, Ele também teve de morrer. Se um homem estiver vivo, o testamento que ele fizer não estará em vigor. Ele deve morrer antes que o herdeiro possa receber a herança. Aqui vemos o profundo relacionamento entre a morte de Cristo e a antiga e a nova aliança. Resumindo, sem a Sua morte não haveria a antiga e a nova aliança. Sem a Sua morte, o Antigo Testamento não poderia ser completo, pois o requisito da Sua lei não teria sido satisfeito. Sem a Sua morte não poderia haver o Novo Testamento, porque não haveria maneira de a bênção do Seu testamento ser concedida aos chamados. Mas o Senhor morreu, e terminou a primeira aliança e decretou a segunda. De fato, o Novo Testamento foi decretado por Seu sangue.

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