sábado, 2 de maio de 2009

A CRUZ - O MENSAGEIRO DA CRUZ - PARTE 3


O MOTIVO DO INSUCESSO DOS QUE PREGAM A CRUZ
Os que não estão crucificados não podem ser e não são dignos de pregar a mensagem da cruz. A cruz que pregamos deveria crucificar-nos primeiro. A mensagem que pregamos deveria queimar em nossa vida primeiro para que a nossa vida e a nossa mensagem possam estar mescladas. Desse modo a nossa vida tornar-se-á nossa mensagem viva. A cruz que pregamos não deve ser mera mensagem. Deveríamos diariamente experimentar de fato a cruz em nossa vida. O que pregamos não deveria ser somente uma mensagem, e, sim, a vida que temos diariamente. Ao pregar, dispensamos essa vida a outros. O Senhor Jesus disse que a Sua carne é comida e Seu sangue é bebida. Partilhar da cruz do Senhor Jesus pela fé é como comer a Sua carne
 e beber o Seu sangue. Entretanto, comer e beber não são apenas palavras vazias. Após comer e beber, digerimos o que comemos e bebemos a fim de tornar-se parte de nós: tornar-se nossa vida. Nossa falta reside no fato de que muitas vezes estudamos a Palavra de Deus fiados em nossa sabedoria e preparamos nossos apontamentos com as considerações próprias. Freqüentemente tomamos o conhecimento ganho de livros e doutrinas que ouvimos dos mestres e amigos e fazemos deles nossos sermões. Embora tenhamos tantos bons pensamentos e idéias, e embora os ouvintes nos ouçam com muita atenção e interesse, todo a obra termina ali mesmo. Não podemos dispensar a vida de Deus a outros. Apesar de pregar a palavra da cruz, não podemos dispensar a vida da cruz a outrem. Podemos apenas dar pensamentos e idéias às pessoas. Entretanto, o que falta a elas não são bons pensamentos, mas vida!

VIDANão podemos dar aos outros o que não temos. Se temos vida, podemos dar vida a outrem. Se o que temos são somente pensamentos, podemos somente dar pensamentos às pessoas. Se não tivermos a experiência da crucificação em nossa vida, se não tivermos a experiência de morrer juntamente com o Senhor vencendo o pecado e o ego, se não tivermos a experiência de tomar a cruz e seguir ao
Senhor para sofrer por Ele, e se apenas conhecermos a palavra da cruz a partir dos escritos e da boca de outros e, no entanto, não tivermos nós mesmos a experiência, certamente não poderemos dar vida às pessoas, mas somente teorias da vida da cruz. Somente quando somos transformados pela cruz e quando recebemos a vida e o espírito da cruz, podemos dispensar a cruz a outros. A cruz deveria, diariamente, efetuar uma obra mais profunda em nossa vida para podermos ter experiências sólidas do sofrimento e da vitória da cruz. Ao pregar, nossa vida fluirá espontaneamente por intermédio das palavras e o Espírito derramará Sua vida por meio da nossa vida para saciar os sedentos, os ouvintes. As idéias podem alcançar somente o cérebro do homem; elas resultam apenas em mais pensamentos para seu cérebro. Somente a vida pode alcançar o espírito do homem e o resultado é que o seu espírito recebe tanto uma vida regenerada como uma vida mais abundante.
O pensamento, palavras, eloqüência e teorias do homem podem somente incitar e alcançar a alma humana, pois podem somente estimular a motivação, a emoção, a mente e a vontade do homem. Somente a vida pode alcançar o espírito do homem. Toda a obra do Espírito Santo é em nosso espírito (Rm 8:16; Ef 3:16). Somente quando estamos na experiência do espírito, fluindo a vida de nosso espírito, o Espírito Santo pode derramar Sua vida no espírito de outros por nosso intermédio. Assim sendo, é a coisa mais inútil salvar os pecadores e edificar os santos pela própria mente, eloqüência e teoria do homem. Embora o que alguém fale seja muito persuasivo exteriormente, devemos saber que o Espírito Santo não coopera com ele. O Espírito Santo não está por detrás de suas palavras e não trabalha com ele por intermédio da Sua autoridade e poder. Os ouvintes apenas ouvem as palavras; não há mudança alguma na vida. Apesar de algumas vezes fazerem votos e resoluções, estes são apenas estímulos na alma. Não há vida atrás das palavras. Como resultado, não existe o poder para que ganhem o que ainda não obtiveram. Onde há vida, há poder. Nas questões espirituais, não haverá poder se não houver vida. Portanto, se você não permite que o Espírito Santo derrame Sua vida por intermédio da sua vida no espírito de outros, estes não terão a vida do Espírito Santo e não terão o poder para praticar o que você prega. O que buscamos não é eloqüência, mas o poder do Espírito Santo. Que o Espírito de Deus nos faça compreender que pensamentos podem somente alcançar a alma do homem, e apenas a vida pode fluir para o espírito humano.
A vida a que nos referimos aqui é a experiência da palavra de Deus em nossa vida e a experiência da mensagem que pregamos. A vida da cruz é a vida do Senhor Jesus. Deveríamos primeiro testar nossa mensagem por meio da experiência. A doutrina que entendemos é somente doutrina. Deveríamos deixar primeiro a doutrina trabalhar em nós para que a doutrina que entendemos se torne parte da nossa vida e parte dos elementos vitais de nosso viver diário, e não mais se torne somente doutrina, mas a vida de nossa vida. É como o alimento que comemos tornando-se a carne da nossa carne e osso dos nossos ossos. Assim, tornamo-nos uma doutrina viva. Dessa maneira, a palavra que pregamos já não é apenas uma teoria que conhecemos, mas nossa vida real. Isso é o que a Bíblia quer dizer com "praticantes da palavra" (Tg 1:22). Freqüentemente entendemos mal o termo "praticantes". Achamos que "praticantes" são os que dão o melhor de si para seguir a palavra que ouvem e entendem. Entretanto, isso não é o "praticar" na Bíblia.
É verdade que devemos tomar a decisão de praticar o que ouvimos, mas o "praticar" na Bíblia não é o "praticar" com a própria força da pessoa. Antes, é permitir que o Espírito Santo, a partir da vida da pessoa, viva a palavra que ela conhece. Isso é um tipo de viver, e não um tipo de obra. Se existir o viver, espontaneamente haverá a obra. Fazer algumas obras esporádicas não é o "praticar" descrito na Bíblia. Deveríamos cooperar com o Espírito Santo em nossa vida por meio da vontade a fim de, na experiência, viver o que conhecemos. Dessa maneira estaremos aptos a dispensar vida a outros.Saberemos que exemplo seguir se olharmos para o Senhor Jesus Cristo. Ele disse: "Assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que Nele crê tenha a vida eterna" (Jo 3:14-15) e "E Eu, se for levantado da terra, atrairei todos a Mim mesmo. Isto dizia, significando de que gênero de morte estava para morrer" (Jo 12:32-33). O Senhor Jesus teve de ser crucificado antes de atrair todos a Si mesmo e dispensar a vida espiritual a outros. Ele mesmo teve de morrer primeiro, experimentar a cruz primeiro e ter o operar da cruz interior e exteriormente, fazendo Dele um homem crucificado em realidade primeiro, antes de ter o poder de atrair todos para Si. O discípulo não está acima do Seu mestre. Se o nosso Senhor teve de ser levantado antes de poder atrair todos a Si mesmo, não deveríamos nós, que levantamos o Senhor Jesus crucificado, ser levantados e crucificados antes de poder atrair as pessoas para o Senhor? A fim de que o Senhor Jesus dispensasse vida espiritual a outros, Ele teve de ser levantado na cruz. Da mesma maneira, se desejamos dispensar a vida espiritual a outros, também precisamos ser levantados na cruz. Somente então o Espírito Santo derramará Sua vida por meio de nós. A fonte da vida provém do dispensar da vida a outros por intermédio da cruz. Não deveria também o canal da vida provir do dispensar da vida a outros por meio da cruz?

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