segunda-feira, 4 de maio de 2009

A CRUZ - O MENSAGEIRO DA CRUZ - PARTE 5


A CRUZ E SEU MENSAGEIRO

A. Experiência PessoalApós ler 2 Coríntios 4 (por favor, leia), iremos perceber a experiência íntima desse servo do Senhor. O segredo de toda a sua obra era: "Em nós opera a morte; mas em vós, a vida" (v. 12). Paulo passava pela morte diariamente. A cada dia ele permitia que a cruz fizesse uma profunda obra em seu coração para que outros ganhassem vida. Se alguém não tem a morte da cruz em si mesmo, os outros não podem ganhar a vida de cruz. Paulo estava disposto a sofrer morte para que outros ganhassem vida.
 Somente os que morreram podem dar vida a outros. Todavia, como isso é difícil!
Qual o significado de morte aqui? Não é somente a morte para o pecado, o ego e o mundo. Aqui, ela tem significado mais profundo que isso. Essa morte é o espírito que é manifestado pela crucificação do Senhor Jesus. Ele não morreu pelo próprio pecado. Sua cruz foi uma manifestação da Sua santidade. A Sua crucificação foi totalmente em benefício de outros. Ele morreu em obediência à vontade de Deus. Esse é o significado dessa morte aqui. Não é somente em benefício próprio que somos crucificados para o pecado e o mundo, mas é por causa da nossa obediência ao Senhor Jesus que diariamente sofremos oposição dos pecadores e somos levados à morte. Devemos permitir que a morte do Senhor Jesus trabalhe em nós a ponto de verdadeiramente termos a experiência da morte do nosso ego e de sermos santificados. Além disso, devemos permitir ao Espírito Santo, por meio da cruz, realizar uma obra mais profunda em nós para que vivamos a cruz em realidade. Devemos não apenas ter a morte da cruz, mas além disso ter a vida de cruz. Quando temos a morte da cruz, estamos mortos para o pecado e para a vida adâmica. Quando temos a vida de cruz, damos um passo a mais e tomamos o espírito da cruz como a própria vida no viver diário. Isso significa que manifestamos no viver diário o espírito do Senhor Jesus como o Cordeiro que sofreu em silêncio e, "quando ultrajado, não revidava com ultraje, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente" (1 Pe 2:23). Esse é um passo mais profundo do que ser crucificado para o pecado, o ego e o mundo. Possa a cruz tornar-se nossa vida a fim de que sejamos uma cruz viva e manifestemos a cruz em tudo.
Paulo era capaz de dar vida a outros porque para ele o viver era a cruz. Ele não apenas aplicou passivamente a morte da cruz para terminar com tudo o que provinha do velho Adão, mas ativamente tomou a cruz como sua vida e dia a dia viveu a cruz em realidade. Dia após dia, ele apreendeu o significado da cruz do Senhor. Ao mesmo tempo, dia após dia, expressou a vida do Senhor como o Cordeiro (a cruz). Ele estava "levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo" (2 Co 4:10). Ele estava disposto a ser sempre entregue "à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus [a cruz] se manifeste em nossa carne mortal" (v. 11). Portanto, ele pôde ser atribulado, porém não angustiado; perplexo, porém não desanimado; perseguido, porém não desamparado; abatido, porém não destruído (vs. 8-9). Ele permitiu que a morte do Senhor Jesus "operasse" nele (v. 12). Uma morte capaz de operar é uma "morte viva". É a vida da morte, a vida da cruz. Ele estava sempre disposto a suportar insultos, arbitrariedades, perseguições cruéis e equívocos irracionais por causa do Senhor. Ele estava disposto a ser entregue à morte sem dizer uma palavra. Sob tais circunstâncias, ele era como seu Senhor que, apesar de ter poder para pedir ao Pai que enviasse doze legiões de anjos para resgatá-Lo e escapar das circunstâncias pelo método humano, preferiu não fazê-lo. Ele preferiu deixar a "morte viva" de Jesus, isto é, a vida e o espírito da cruz, operar nele até o ponto em que ele agisse e se conduzisse no espírito da cruz. Ele percebeu que com a cruz havia o poder, um poder que o capacitava a entregar-se à morte por causa de Jesus e a sofrer perseguição e tribulações sob a mão humana. Quão profundamente havia a cruz operado em Paulo! Que bom seria se também pudéssemos levar "no corpo o morrer de Jesus!" Quem pode dizer ao Senhor que está disposto a morrer e a não resistir em meio a todas as circunstâncias de oposição e sofrimento! Mas se queremos que outros ganhem a cruz, ela deve primeiro controlar nossa vida. É somente após a cruz ter sido trabalhada em nossa vida por meio de ardentes sofrimentos e oposições que podemos reproduzir essa cruz na vida de outros. Em outras palavras, a vida da cruz é a vida que põe em prática o sermão do Senhor na montanha (Mt 5-7, ver 5:38, 44).
A passagem aqui em 2 Coríntios diz-nos claramente que não devemos apenas pregar, mas manifestar a vida do Senhor Jesus (4:10-1 l),e devemos deixar a vida do Senhor Jesus fluir a partir do nosso corpo. Podemos deixá-la fluir somente quando constantemente levamos no corpo o morrer do Senhor Jesus, quando somos entregues à morte por causa Ele, quando sofremos perda em nossa reputação, mente e corpo por Sua causa e quando expressamos o caminho do Cordeiro do Gólgota em meio a todos esses sofrimentos (vs. 10-11). Infelizmente, muitas vezes gostamos de tomar os atalhos! Pouco percebemos que não há atalho para manifestar a vida do Senhor Jesus!
"Em nós, opera a morte; mas, em vós, a vida" (v. 12). "Vós" refere-se aos coríntios e a todos os santos (1:2); eles são os ouvintes de Paulo. Porque a morte do Senhor Jesus pôde operar em Paulo, ele foi capacitado a ter a vida do Senhor Jesus trabalhada em seus ouvintes para que recebessem a vida espiritual. A palavra "vida" nesse versículo é zoé, que na língua original significa a vida espiritual, a vida mais elevada. O que Paulo foi capaz de exaltar e dar a outros não foi apenas o seu falar, pensamentos e uma cruz de madeira. Paulo desejou que eles ganhassem a vida espiritual do Senhor, Essa vida espiritual operou no coração deles e possibilitou-lhes atingir o alvo da mensagem de Paulo. Essa não foi uma pregação vã, mas uma pregação que entrou no coração árido de seus ouvintes com extraordinária vida e poder, para que realmente receberam a vida da cruz que Paulo pregou. O resultado da nossa pregação da cruz deveria produzir tal resultado. Não deveríamos estar satisfeitos se a nossa pregação não tem resultado como a de Paulo. Resumindo, alguém que não vive a cruz como Paulo o fez não pode esperar ter um resultado como o dele. Se não somos pessoas crucificadas, certamente nos será difícil pregar a cruz e conceder vida a outros.

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