sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ESCATOLOGIA - 4ª PARTE - A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS


A Ressurreição dos Mortos – 1 Co 15.3,4312-20
INTRODUÇÃO
A doutrina da ressurreição tem sua base essencialmente sobre o fato da ressurreição de Cristo. Jesus enfatizou e deu sentido especial a esse ensinamento (Jo 5.28,29), deixando claro que não haverá uma única e simultânea ressurreição para os mortos, e sim, que acontecera em duas fases distintas: a ressurreição dos justos e a dos ímpios.

I. O QUE É RESSURREIÇÃO

1. Sentido original. Duas palavras gregas (anastasis e egeiro) definem o termo ressurreição. Elas claramente indicam “tornar à vida”, “levantar se”, “despertar”, “acordar”.

2. Sentido doutrinário. Ressurreição é a devolução da vida ao que havia se extinguido fisicamente. É o ato do levantamento daquilo que havia estado no sepulcro. Varias vezes nos deparamos com a expressão “ressurreição dos mortos” (1 Co 15.12,13,21,42), de justos e ímpios. Porem, quando se refere aos justos, a expressão original é restritiva e se traduz por “ressurreição de entre os mortos”. A expressão “de entre os mortos” quer dizer os mortos tirados do meio de outros mortos.

II. CARÁTER GERAL DA RESSURREIÇÃO1. No Antigo Testamento. Vários personagens importantes da historia do Antigo Testamento demonstraram sua confiança e crença na ressurreição. Abraão cria na ressurreição (Gn 22.5; Hb 11.17-19), (Jó 19.25-27); um dos filhos de Core, cantor, salmodiava sobre a ressurreição (Sl 49.15); o profeta Isaias cria e profetizava sobre a ressurreição (Is 26.19); Daniel, profeta e estadista, declarou sua crença na ressurreição (Dn 12.2,3); e Oséias, um profeta destacado em Israel, fez o mesmo (Os 13.14).

2. No Novo Testamento. A doutrina da ressurreição foi declarada e ensinada por Jesus em seu ministério terrestre (Jo 5.28,29; 6.39,40 44,54; Lc 14, 13,14; 20.35,36). Ensinada e reafirmada pelos apóstolos e os pais da Igreja primitiva (At 4.2). Em Atenas, na Grécia, Paulo pregou a Jesus Cristo e Sua ressurreição (At 17.18). Repetiu isso, também, para os filipenses (Fp 3.11), aos coríntios (1 Co 15.20), aos tessalonicenses (1 Ts 4.14-16), perante o governador Felix (At 24.15). O apostolo João, não só relatou o ensino de Cristo sobre a ressurreição, mas ele mesmo ensinou sobre o assunto (Ap 20.4-6).

3. Alguns exemplos bíblicos de ressurreição.a) No Antigo Testamento. A historia dramática da ressurreição do filho da mulher sunamita através da oração do profeta Elizeu (2 Rs 4.32-37). Há um caso posterior mais impressionante. O profeta Elizeu já havia morrido e sido sepultado, e um grupo de moabitas, para fugir de uma perseguição inimiga, lançou o seu morto na cova onde estavam os restos mortais de Elizeu. Ao tocar os ossos do profeta o morto reviveu e se levantou sobre seus pés (2 Rs 13.20,21).
b) No Novo Testamento. Os exemplos são numerosos, começando pelo ministério pessoal de Jesus Cristo: a filha de Jairo (Mt 9.24,25); o filho de uma viúva de Nain (Lc 7.13-15); seu amigo Lazaro, em Betânia, irmão de Maria e Marta (Jo 11.43,44). Ele mesmo venceu a morte depois de três dias no sepulcro (Lc 24.6) e, para confirmar Sua vitória sobre a morte, alguns corpos de santos mortos anteriormente, ressuscitaram e foram vistos em Jerusalém (Mt 27.52,53). Mais tarde, entre os apóstolos, Pedro orou ao Senhor e fez reviver a Dorcas (At 9.37,40, 41).

III. TIPOS DE RESSURREIÇÃO1. Nacional. É, em linguagem metafórica, a ressurreição e renovação do povo de Israel em termos políticos, materiais e espirituais (Dt 4.23-30; 28.62-64; Lv 26.14-25; Ez 11.17; 36.24; 37.21; Jr 24.6; Ez 36.24,28). O cumprimento total da profecia relativa à ressurreição nacional acontecerá na vinda pessoal do Messias, o Senhor Jesus Cristo (Zc 14.1-5).

2. Espiritual. Refere se também metaforicamente a um renascimento espiritual dos que, tendo estado mortos em delitos e pecados (Ef 2.1) foram vivificados espiritualmente (Rm 6.4). Há, no entanto, um sentido literal dessa ressurreição, no que diz respeito à ressurreição corporal. Porem, o aspecto físico da ressurreição diz respeito aos corpos levantados das sepulturas, os quais sofrerão uma metamorfose. Isto é: uma transformação do físico para o espiritual (1 C o 15.52; 1 Ts 4.13-17).

3. Física. Precisamos distinguir esse tipo de ressurreição sob dois ângulos: o temporal e o escatológico. No sentido temporal, temos o exemplo de pessoas que morreram, foram sepultadas, e pelo poder de Deus ressuscitaram; posteriormente, voltaram a morrer (2 Rs 4.32-37); Mt 9.24,25). No sentido escatológico, tanto os justos quanto os ímpios vão ressuscitar fisicamente. Os justos, levantar se ão dos seus sepulcros na vinda do Senhor (1 Co 15.44,52; Jo 5.29). Os ímpios se levantarão não como os santos, mas no fim de todas as coisas, no Juízo Final (Ap 20.11-15).

IV. EXPLICANDO A RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS E A DOS ÍMPIOS
1. A primeira ressurreiçãoa) O tempo. Dividi se em três fases distintas. A primeira fase refere se à ressurreição de Cristo e de muitos santos do Antigo Testamento, identificados como as “primícias dos mortos” (1 Co 15.20; Mt 27.52,53); Jesus e aqueles santos ressurretos são o primeiro molho de trigo colhido (Lv 23.10-12; 1 Co 15.23). Jesus foi o grão de trigo que caiu na terra, morreu, e produziu muito fruto (Jo 12.24). Isto é: aquele grupo de pessoas de Mt 27.52,53 foi a primícia, o primeiro molho. A segunda fase refere se à ressurreição dos mortos em Cristo na era neotestamentária, a qual se efetuara no chamamento especial por ocasião da volta do Senhor Jesus sobre as nuvens (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.14-17). A terceira fase da primeira ressurreição refere se àqueles mortos no período da Grande Tribulação, os quais são chamados de “mártires da Grande Tribulação”. Refere se ao restolho da ceifa, isto é, as respigas da colheita (Ap 6.9-11; 7.9-17; 14.1-5; 20.4,5).
b) A natureza dos corpos ressurretos. Não importa como os corpos forma sepultados, se em covas na terra, ou no fundo dos mares e rios, ou queimados. Na realidade, os mesmo corpos mortos serão ressuscitados. No caso dos mortos em Cristo, seus corpos serão transformados (1 Co 15.35-38), iguais ao corpo ressurreto de Cristo (Fp 3.21).

2. A segunda ressurreiçãoa) O tempo. Já sabemos que Jesus distinguiu duas ressurreições: a dos justos e as dos ímpios (Jo 5.28.29). Alguns interpretes entendem a ressurreição dos mortos como um só evento, num mesmo tempo. Declaram que a única distinção é que “uns ressuscitarão para a vida” e outros “para a perdição”. Entretanto, essa teoria é largamente refutada. Na verdade, o tempo da segunda ressurreição acontecera no fim de todas as coisas, após o período do Milênio na terra, quando haverá o Juízo Final diante do Grande Trono Branco (Hb 4.13).
b) A natureza dos corpos ressuscitados dos ímpios. Quanto à ressurreição o processo será o mesmo que o dos justos. Seus corpos terão todas as partículas físicas reunidas e transformadas em corpos espirituais, mas sem qualquer gloria, À semelhança dos justos no Hades, as almas e espíritos se unirão aos seus corpos sepultados para serem julgados por suas obras (Ap 20.12; Dn 12.2). Nenhuma gloria, nenhuma beleza, mas totalmente inglório, para que sejam prestado as contas perante o Supremo Juízo 9Hb 4.13; Rm 2.5,5; Hb 9.27).
c) O estado final dos ímpios. Na verdade, os ímpios ressuscitarão para uma “segunda morte”, Ap 21.8. Essa “segunda morte” não significa aniquilamento, mas banimento da presença de Deus (2 Ts 1.9). Esse banimento implica que todos os ímpios serão lançados no Geena, chamado “Lago de Fogo” (Mt 25.41,46), que arde continuamente com fogo inapagável – o tormento eterno (Ap 14.10,11)

CONCLUSÃO
A esperança da Igreja está baseada na ressurreição de Cristo. Sua morte e ressurreição são a garantia total de que Ele voltara. Sua vitória sobre a morte foi com gloria, triunfo e poder.

2 comentários:

  1. gostei muito da materia. tenho tambem feito estudos e artigos sobre a Doutrina de Cristo veja meu blog: www.cledio.blogspot.com

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