terça-feira, 7 de abril de 2009

A CRUZ - CAPITULO UM - A PALAVRA DA CRUZ


A PALAVRA DA CRUZ

INTRODUÇÃO
A cruz estabeleceu um novo princípio no universo; ela é à base de um novo relacionamento entre Deus e o homem. Os que conhecem a Deus precisam conhecer a cruz, conhecer e experimentar seu valor e poder, conhecer profundamente o quanto ela significa para Deus. É impossível servir ao Senhor se não permitirmos que Sua cruz realize em nós uma profunda obra.
Neste estudo, mostraremos por que ainda hoje, mais de dois mil anos depois da morte de Cristo, podemos experimentar a cruz. Além disso, cremos que aquele que prega a cruz deve primeiramente experienciá-la, para que suas palavras possam levar outros a buscar a experiência com a cruz.


I. MORRENDO COM O SENHOR PARA O PECADOQuando o Senhor Jesus Cristo foi crucificado, Ele não apenas morreu pelos pecadores, abrindo-lhes um vivo caminho para obterem a vida eterna e se achegarem a Deus, mas também morreu com os pecadores sobre a cruz. Se a eficácia da cruz fosse meramente no aspecto da substituição de modo que os pecadores tivessem a vida eterna e fossem salvos da perdição, a maneira da salvação de Deus não seria completa. Porque uma pessoa que é salva por crer em Jesus Cristo (veja Atos 16) ainda vive neste mundo e ainda existem muitas tentações. Além disso, o Diabo frequentemente a engana e a natureza pecaminosa dentro dela opera continuamente. Apesar de haver recebido salvação, ela ainda não esta livre do pecado nesta era. Ela não tem o poder para vencer o pecado. Portanto, em Sua salvação o Senhor Jesus teve de levar a cabo ambos os aspectos: salvar o homem da punição do pecado e também salvar o homem do poder do pecado. Quando o Senhor Jesus morreu pelos pecadores na cruz, Ele libertou o homem da punição do pecado – o eterno fogo do inferno. Quando o Senhor Jesus morreu com os pecadores na cruz, Ele libertou o homem do poder do pecado – o velho homem está morto, e ele já não é um escravo do pecado. O pecado não vem de fora, mas de dentro. Se o pecado viesse de fora, então ela não teria muito poder sobre nós. O pecado habita em nós. Portanto, ele é mortal para nós. A tentação vem de fora, enquanto o pecado habita em nós. Uma vez que todos no mundo são descendentes de Adão, todos têm a natureza de Adão. Essa natureza é antiga, velha, corrupta e imunda; ela é uma natureza de pecado. Desde que essa “mãe” do pecado está dentro do homem, ao virem tentações do lado de fora, aquilo que está dentro responde àquilo que esta fora, e o resultado são os muitos pecados. Por termos orgulho em nosso interior (embora, por vezes, oculto), tão logo venha uma tentação exterior, a oportunidade de ficar orgulhoso vem, e tornamo-nos orgulhosos. Por termos ciúmes interiormente, tão logo venha uma tentação externa, achamos os outros melhores do que somos e ficamos enciumados. Por termos um temperamento agitado interiormente, assim que vem uma tentação exterior, perdemos a calma. Todos os pecados que o homem comete provem do velho homem interior.
Esse velho homem é verdadeiramente indigno, irreparável, imutável, incorrigível e incurável. A maneira de Deus tratar com o velho homem é crucificá-lo. Deus quer dar-nos algo novo. O velho homem deve morrer. As palavras de Deus encarregam-nos de lavar todos os nossos pecados no precioso sangue do Senhor Jesus. “ ...O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”(1 Jo 1.7) “Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados” (Ap 1.5). Os pecados aqui se referem aos atos de pecado cometidos exteriormente por uma pessoa. A Bíblia jamais nos diz que o velho homem interior deve ser lavado. A palavra de Deus nunca diz que o velho homem deveria ser lavado. (O sangue de Jesus Cristo lava nossos pecados, não o velho homem). O velho homem precisa ser crucificado. Essa é a palavra da Bíblia.
Deus realiza tudo nesta era por meio do Senhor Jesus Cristo. Ele precisa punir os pecadores, contudo Ele puniu o Senhor Jesus porque o Senhor Jesus se firmou na posição e em nome dos pecadores. Deus quer que o velho homem morra, mas, em vez disso, Ele fez com que o Senhor Jesus morresse na cruz. Fazendo assim, Ele levou todos os pecadores juntamente com o Senhor para a cruz. Primeiro há uma morte substitutiva, a seguir uma morte participante. Essa é a palavra clara da Bíblia. Jesus Cristo é Aquele que “... morreu por todos; logo todos morrerem” (2 Co 5.14).
Esse ponto deve ser enfatizado e não deveria ser tratado levemente. Um crente, isto é, uma pessoa salva que confesse que é um pecador e que crê em Jesus, deveria lembrar-se que a crucificação de seu velho homem não é uma atividade independente, separada do Senhor Jesus, mas é algo feito em união com o Senhor Jesus. Quando o Senhor Jesus morreu, nosso velho homem morreu juntamente com Ele e morreu Nele. Isso explica o fracasso de muitas pessoas. Muitas vezes os crentes exercitam sua própria força para crucificar seu velho homem. Entretanto, descobrem seguidamente que o velho homem ainda está vivo. Eles tentam, na maioria das vezes sem intenção, crucificar o velho homem independentemente, por si próprios, sem Cristo. Isso nunca poderá ser feito. A não ser que alguém morra com o Senhor Jesus, não há a crucificação do velho homem. O velho homem é crucificado juntamente com o Senhor Jesus.
Não morremos por nós mesmos; pelo contrario, morremos juntos com o Senhor. Fomos batizados “na sua morte” (Rm 6.3); “fomos unidos com Ele na semelhança da sua morte” (Rm 6.5); “já morremos com Cristo” (Rm 6.8); “foi crucificado com Ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm 6.6). Não podemos crucificar a nós mesmos, e não morreremos. Essa “co-crucificação” é um fato consumado. Ela foi cumprida quando o Senhor Jesus foi crucificado. A morte do Senhor Jesus é um fato, e o nosso ser crucificado juntamente com Ele também é um fato, o versículo “foi crucificado com Ele”, segundo o original, é uma palavra continua; ela está no tempo pretérito perfeito, que indica que a crucificação do nosso velho homem com o Senhor Jesus é um ato que foi realizado uma vez por todas, quando o Senhor morreu. Mas qual é o resultado de morrer com o Senhor? Qual é o alvo? Sabemos de Romanos 6.6 que o resultado é que não mais sejamos escravos do pecado. Usemos uma ilustração para explicar esse fato. Existem três coisas: o velho homem, o pecado e o corpo do pecado. O pecado é como um senhor, o velho homem é como um mordomo e o corpo é como um fantoche. O pecado não tem autoridade e poder para assumir a responsabilidade sobre o corpo do pecado ou de conduzi-lo ao pecado. O pecado dirige o velho homem; quando o velho homem consente, o corpo torna-se o fantoche. Desse modo, enquanto nosso velho homem estiver vivo, ele permanece no meio. O corpo está do lado de fora e o pecado do lado de dentro. O pecado interior tenta o velho homem, e a concupiscência deste é incitada. Isso faz com que o velho homem dê a ordem ao corpo para pecar e envolver-se em transgressões. O corpo é muito flexível; tudo o que você lhe disser para fazer, ele fará. É algo que não tem domínio sobre si mesmo. Por ele mesmo, nada pode fazer, ele só age segundo as ordens do velho homem. Quando o Senhor nos salva, Ele não leva nosso corpo à morte nem destrói a raiz do pecado. Antes, Ele crucificou nosso velho homem com Ele na cruz.
Qual é o resultado de crucificar o velho homem? O resultado é “que o corpo do pecado fosse destruído” ( Rm 6.6). No original grego, “destruído” significa “desempregado”. Isso quer dizer que sem o velho homem, o corpo do pecado não pode fazer mais nada. Inicialmente, o corpo do pecado funcionava diariamente seguindo as ordens do velho homem. É como se pecar houvesse se tornado a sua ocupação. Tudo o que fazia era cometer pecados. O velho homem amava demasiadamente o pecado; queria pecar, anelava por pecar e gostava muito de fazer coisas pecaminosas; o corpo seguia após o velho homem para pecar e tornar-se o corpo do pecado. Agora que o velho homem é tratado pelo Senhor e é crucificado, o corpo do pecado fica desempregado; não há mais trabalho para ele fazer. Quando o velho homem estava vivo, a profissão e a ocupação do corpo do pecado era cometer pecados todos os dias. Graças ao Senhor, esse velho homem sem esperança foi crucificado! O corpo do pecado também perdeu seu trabalho! Apesar de o pecado ainda existir e ainda tentar ser o senhor, contudo não sou mais seu escravo. Embora vez ou outra o pecado tente energizar o corpo para que pegue, ele não pode obter sucesso, porque o Espírito Santo tornou-se o Senhor dentro do novo homem. Como resultado, o pecado é incapaz de ativar o corpo do pecado novamente para pecar. Portanto, o alvo da crucificação do velho homem e o desemprego do corpo do pecado em Romanos 6.6 é que “não mais sirvamos o pecado como escravos”.
Temos visto estes três itens
- Um fato – “que nosso velho homem foi crucificado com ele”
- Um resultado – “que o corpo do pecado seja destruído”
- Um objetivo – “que não sirvamos o pecado como escravos.
Esses três estão interligados e não podem ser separados. Conhecemos o fato, o resultado e o objetivo. Mas como podemos obter isso? Quais as condições necessárias para podermos ter a experiência de morrer juntamente com o Senhor? É crer. Não há outra condição senão crer.
Mas isso veremos no próximo capitulo, o de numero dois.

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