quinta-feira, 7 de maio de 2009

A CRUZ - O MENSAGEIRO DA CRUZ - PARTE 8


A MANEIRA DE UMA PESSOA CRUCIFICADA PREGAR A CRUZ
Na prática, em toda ocasião e lugar que o Senhor incumbir-nos de testificar por Ele, devemos afugentar novamente todo e qualquer desejo em nós de confiar nas habilidades naturais. Devemos deixar de lado a emoção e não dar atenção aos sentimentos. Mesmo nos momentos em que não temos sentimentos ou quando a emoção está fria como gelo, precisamos ajoelhar-nos diante do Senhor e pedir-Lhe que realize uma obra da cruz mais profunda em nós para que sejamos capazes de conduzir as emoções e agir segundo a ordem do Senhor, a despeito de a emoção
 estar fria ou quente. Podemos pedir ao Senhor que nos fortaleça o espírito e aplique um golpe fatal em nossa alma, na cruz. Se fizermos isso, o Senhor nos concederá graça e derrotará nossas frias emoções. Mesmo se já sabemos o que estamos para pregar, não tentamos cavar esses ensinamentos da cabeça ou mente. Pelo contrário, humilhamo-nos diante de Deus e pedimos a Ele que de maneira fresca nos ilumine com os ensinamentos que conhecemos antes e novamente os imprima em nosso espírito de modo que o que pregamos não se torne mero rearranjo da nossa velha experiência, mas um fresco encontro em nossa vida. Desse modo, o Espírito Santo confirmará com poder o que pregamos. É melhor que gastemos longo tempo diante do Senhor antes da pregação a fim de permitir que Sua palavra (com algumas das quais já estamos familiarizados por um longo tempo) seja impressa em nosso espírito de novo. Algumas vezes, isso não toma muito tempo. O Senhor pode imprimir Sua mensagem em nosso espírito em poucos minutos. Para que isso ocorra, nosso espírito deve estar muito aberto ao Senhor e intimamente ligado a Ele nas horas normais.
Devemos prestar atenção a esse ponto. Isso tem muito a ver com o sucesso ou fracasso. Alguém pode pedir a um cristão apóstata que libere uma mensagem. Ele pode falar da experiência passada exercitando a memória. Pode até falar persuasivamente. Entretanto, sabemos que o Espírito Santo possivelmente não poderá operar com ele. Todas as obras feitas por nós pelo exercício da memória são mais ou menos equivalentes à pregação de crentes apóstatas. Temos de perceber que muitas vezes o trabalho que realizamos pela mente é desperdício de energia. A mente só pode alcançar a mente das pessoas; jamais pode mover o espírito delas ou dar-lhes vida. Velhas experiências nunca podem equipar-nos para novas obras. Precisamos deixar Deus renovar em nosso espírito as velhas experiências.
A mesma coisa é mais verdadeira ainda no que diz respeito a pregar a salvação da cruz aos pecadores. Podemos ter sido salvos há muitas décadas. Se trabalharmos a partir da memória, não será a nossa mensagem velha demais e sem sabor? Somente quando percebemos de novo em nosso espírito a desgraça do pecado, experimentamos de novo o amor da cruz e compartilhamos com Cristo de Seu desejo intenso de que os pecadores se acheguem a Ele, é que seremos capazes de retratar a cruz de forma viva diante dos homens (Gl 3:1) e levá-los a crer. Caso contrário, se tentarmos persuadir outros pelo nosso amor e zelo, poderemos terminar ficando endurecidos e frios! É possível que enquanto pregamos o sofrimento da cruz, nosso coração não tenha sido sequer tocado pelos sofrimentos e não tenha sido derretido por eles!
Devemos abrir o espírito ao Senhor e permitir ao Espírito Santo derramar Suas palavras e Sua mensagem por meio do nosso espírito, de modo que primeiramente nosso espírito seja infundido com a palavra do Senhor e a mensagem que pregamos. Não devemos depender de sentimentos, habilidades naturais e pensamentos, mas confiar unicamente no poder do Espírito Santo e devemos permitir que Sua mensagem seja impressa em nosso espírito bem como no espírito dos ouvintes. Toda vez que pregamos, devemos ser como Isaías, que primeiro recebeu um encargo para a profecia e, então, proferiu-a. Em Isaías 13-23, a frase "sentença tal em tal lugar" é muito significativa. Toda vez, antes de pregar a palavra de Deus, devemos receber a incumbência de Deus em nosso espírito. Sempre que pregamos, devemos tomar o encargo da mensagem que pregamos em nosso espírito e não considerá-lo liberado até que nossa obra seja feita. Devemos orar para que o Senhor nos dê esse encargo a fim de que nossa obra não resulte das emoções, habilidades naturais ou mente. Devemos também ter a experiência de Jeremias, que disse: "Quando pensei: . não me lembrarei dele e já não falarei no seu nome, então isso me foi no coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; já desfaleço de sofrer e não posso mais" (20:9). Não devemos pregar Suas palavras descuidada ou tolamente. Pelo contrário, devemos primeiramente deixar que elas queimem em nosso espírito a ponto de sermos compelidos a falar. Entretanto, se não estivermos dispostos a levar à morte a vida da alma e sua força, nunca estaremos aptos a receber a palavra fresca do Senhor em nosso espírito.
Portanto, irmãos, se almejamos ser usados pelo Senhor para salvar pecadores, reavivar os santos e anunciar a cruz, devemos deixar a cruz trabalhar em nós. Por meio dessa obra, por um lado, tornamo-nos desejosos de ser levados à morte por causa do Senhor, e, por outro, ficamos desejosos de levar nossa vida da alma à morte. Ao mesmo tempo, não mais confiamos em nós mesmos ou em qualquer coisa que advenha de nós. Pelo contrário, odiámos toda a nossa força natural. Dessa maneira veremos a vida de Deus e Seu poder fluírem para o espírito das pessoas por intermédio do nosso falar.

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